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Porque Sentimos Raiva

08/06/2020 Constelação Raiva

Por sermos seres destinados a conviver com pessoas dos mais diversos tipos de personalidade, muitas vezes nos deparamos com situações de extrema complexidade, seja com pessoas conhecidas, situações inusitadas ou mesmo pensamentos que nos invadem por fatos já ocorridos. 

Segundo as Constelações Familiares, no livro Ordens do Amor, existem 6 tipos de raiva que são:

1) Quando alguém nos agride ou nos fraz injustiça- Reagimos com indignação e raiva o que provoca uma reaçao de Defesa com Energia, nos capacitando a agir positivamente e nos fortalece. Esse tipo de raiva é dequada e passa rapidamente.

2) Quando percebemos que devíamos tomar algo, exigir  ou pedir alguma coisa que considerávamos ser nosso direito. Isso nos traz raiva, paralisa e enfraquece e pode perdurar por longo tempo.

3) Ao fazer mal a alguém e não reconhecer, isso é como uma defesa e traz culpa, portanto é inadequada.

4) Receber demais de alguém e não conseguir retribuir, por exemplo os pais que dão muito, os filhos se apresentam rebeldes. Essa raiva paralisa e escraviza  a pessoa.

5) Raiva adotada  é quando por exemplo, o pai faz algo mal à  mae e o filho  ficando ao lado desta, adota o sentimento da mãe ficando com raiva contra o pai.

6) Raiva como virtude e habilidade, esta é uma força de imposição, alerta e é centrada.

Olhando para os tipos de raiva citadas acima, podemos observar que muitas vezes salgumas pessoas sentem sua vida paralisada, sem fluidez, emperrada e destituída de coragem, poder e vigor para dar continuidade a  uma vida de vitórias e conquistas. 

Será que tais sentimentos não estão diretamente relacionados a algo que ficou para trás em nossas vidas? Uma situação que gostaríamos de ter enfrentando de forma diferente, um arrependimento por ter dito ou feito algo, ou mesmo por nao ter feito nada em relação a um fato específico?

Raiva porque alguém atacou, prejudicou alguém a quem amamos e imediatamente e inconscientemente tendemos a adotar aquele sentimento  contra a tal pessoa.

Dos seis tipos de raiva citados por Bert Hellinger, duas são nobres ao meu ver e deveriam ser o foco de nossa atenção aqui. A raiva que nos agride e causa injustiça e a ravia  destituída de emoção.

Os dois tipos diz respeito a uma postura de identidade altruísta, construtiva e positiva, onde ambas geram energia, atitude e fortalecimento pessoal. 

No primeiro tipo de raiva, ela gera uma reação de indignação e provoca ações de auto proteção, de preservação do seu ego e faz justiça a si mesmo e aos demais envolvidos. Quando se toma atitudes em detrimento da justiça, ela demonstra adequação e imediatamente pode cessar assim que se atinge o objetivo. O individuo sente alívio e sua vida segue sem guardar rancor sobre a pessoa ou situação.

O outro tipo de raiva contém mais virtude ainda, enaltece e é nobre. É o tipo de raiva destituído de qualquer emoção, porque a pessoa já superou a fase do amor próprio ferido, o do ego acima de tudo. Portanto traz um crescimento emocional que carrega consigo uma maturidade emocional e espiritual acima de qualquer pequenez humana.

Se esta é destituída de emoção, então está muito além de qualquer princípio egoíco, pois traz em si um altruísmo maior, carrega em si uma habilidade de tomada de deciões imediata, é centrada em soluções e se impõe ao fato em si com muita ousadia e sabedoria. Ela é tão carregada de força e determinação que enfrenta situações de emergência com sagaz ousadia e poder. Suas ações são de extrema estratégia e foco e por isso alcança resultados fantásticos.

Conhecer a si mesmo, definir sentimento e emoções quando a razão foge do explicável, pode trazer não só conforto, como domínio sobre si mesmo. 

Muito importante se faz o auto conhecimento, pois é ele que determinará o enfrentamento da vida e seus percalços. Se chegamos ao ponto de nos conhecermos e utilizarmos a raiva a nosso favor, isso nos traria benefícios extraordinários de crescimento pessoal relacional  familiar e profissional.

Detectar, saber  reconhecer e utilizar emoções fortes e traumáticas a nosso favor, fez  histórias de grandes homens da humanidade. A exemplo, Jesus, quando foi traído por Judas no jardim dom Getsemani, chamou-o de amigo, o traídor. 

Minha pergunta aqui é: será que Jesus sequer sentiu raiva? Creio que não, mas se nos colocassemos em seu lugar, com certeza a raiva seria um dos sentimentos que nos tomaria num momento de tamanha traição de alguém a quem considerávamos amigo.

E nós, simples mortais, que tipos de raiva já experimentamos e que reações temos adotado? A que edifica e constrói um "eu" melhor a cada confronto ou a raiva paralisante e que nos afunda num poço sem fim?